quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Aprendemos com a vida!

Podemos transformar a nossa vida em permanente, paciente, afetuoso e emocionante processo de aprendizagem.
Em todos os momentos,
Em todos os espaços,
Em todos os nossos tempos,
Em todas as situações estamos aprendendo...
Ou podemos aprender.
Quanto mais avançamos em idade, mais claramente mostramos o que aprendemos, o que somos, em que nos transformamos, o que é autêntico e o que não é. Cada um de nós, com o passar dos anos, vai revelando, por sua atuação e palavras, o que aprendeu realmente, até onde evoluiu.
A infância e a juventude são fases de descobertas, de busca de identidade, de inserção nos diversos espaços pessoais. É difícil avaliar ainda o que é autêntico, o que permanecerá como eixo fundamental em cada pessoa e o que é “fabricado”, “postiço” ou moda, que se modificará significativamente com o tempo.
No começo da idade adulta nós vamos nos definindo em todos os campos – o intelectual, o emocional, o profissional. Já mostramos mais claramente o que aprendemos e o que não aprendemos, o que é verdadeiro e o que é fantasia. A nossa personalidade e a maneira de nos adaptarmos socialmente ficaram mais perceptíveis, mais ainda podemos nos iludir, perder a nós mesmos, adiar decisões.
Na idade adulta ainda há uma grande margem de representação, de atuação. Podemos nos enganar consciente ou inconscientemente em muitos campos, durante muitos anos. Muitas decisões podem ser justificadas com motivos como “sustentar uma família”, “não perder um emprego”, “tentar levar adiante uma relação afetiva”.
Quanto mais avança na vida, o ser humano deixa de ter desculpas para a sua forma de ser e de agir. Ao chegar à terceira idade, então, mostra realmente o que é, o que aprende e até onde evoluiu. Mostra as suas realizações, seus medos, as formas que desenvolveu para lidar com o intelectual e o emocional, ou seja: os pontos fortes e fracos que tem para lidar consigo mesmo e com o mundo.
Aprender a viver é uma arte complexa. É a soma de conhecimentos aplicados ao gerenciamento pessoal, numa contínua interação entre pesquisa e ação, cujo objeto é a própria pessoa. É um processo constante, dinâmico, que avança em espiral crescente.
O aprender a viver acontece no diálogo permanente, silencioso, profundo – às vezes tenso, contraditório, mas sempre humilde e confiante em tudo o que se relaciona consigo mesmo: pessoas, situações, sentimentos, idéias, desejos, realizações. Nesse diálogo, nós, seres humanos, vamos construindo a nossa identidade, nosso caminho, nosso mosaico multicolorido (aquele que revela o seu significado quando o colocamos em perspectiva e o olhamos como um todo).

1. Aprendemos a viver por ensaio e erro, por tentativas de acerto em cada etapa, fazendo sínteses adequadas a cada momento; por sucessivas avaliações do que vemos, sentimos, como agimos, do que julgamos que vale a pena e do que devemos descartar.

2. Aprendemos a viver na construção contínua, paciente, humilde e confiante de nossa personalidade, no dia-a-dia do nosso conhecer cada vez mais amplo, do sentir cada vez mais profundo, da comunicação cada vez mais autêntica – uma construção paciente e atenta, capaz de acolher as novas idéias, as dificuldades, as perdas e os desencontros.

Ao observar pessoas adultas e, especialmente, as da terceira idade, que começam a envelhecer, é possível identificar aquelas que tiveram dificuldades: são as que permanecem cheias de medos, de rancor e de mágoas. As pessoas que realmente aprenderam a viver, que evoluíram como pessoas, são as que não perderam o afeto, pois estão envelhecendo com dignidade e em paz. Com estas vale a pena aprender.

O maior desafio é transformar nossas vidas em um processo contínuo de aprendizagem, de evolução e de realização; um processo cada vez mais pleno, autêntico, rico e profundo.

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